Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de novembro de 1919, no seio de uma família aristocrática portuense. Cresceu na Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto, lugar em que se terá inspirado para escrever muitos dos seus textos. Estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, sem, no entanto, terminar o curso. Casou-se com o jornalista, advogado e político Francisco Sousa Tavares e foi mãe de cinco filhos, o que motivou a sua escrita de contos infantis. Sophia dedicou-se, ainda, a escrever poesia, artigos, ensaios e teatro, bem como a traduzir Shakespeare, Dante ou Claudel, além de, para francês, os poetas portugueses Camões, Cesário Verde, Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa.
A afirmação literária de Sophia de Mello Breyner dá-se nos anos 40 e 50, com a sua colaboração em importantes revistas de poesia portuguesas, tais como Cadernos de Poesia, Távola Redonda e Árvore.
Foi muito interventiva na sociedade civil, nomeadamente na oposição ao Estado Novo. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e participou em movimentos católicos contra o regime de Salazar e a guerra colonial. Sophia fundou e foi membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Em 1975 foi eleita para a Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista.
Sophia de Mello Breyner tem a sua obra traduzida em várias línguas, foi condecorada e distinguida com diversos prémios literários, dos quais se destacam, o Prémio Camões em 1999 – tornando-se na primeira mulher portuguesa a recebê-lo – o Prémio de Poesia Max Jacob em 2001, ou o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana em 2003, pela primeira vez atribuído a um português.
Morreu a 2 de julho de 2004, aos 84 anos. Em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado, sendo os seus restos mortais transladados para o Panteão Nacional.