Foi ao ler Os Pescadores de Raul Brandão que Djaimilia Pereira de Almeida encontrou a frase que haveria de inspirar anos depois A Visão das Plantas. Raul Brandão fala de personagens que conheceu quando era levado pela mão até ao colégio. Entre eles, estava o capitão Celestino:
“[T]endo começado a vida como pirata a acabou como um santo, cultivando com esmero um quintal de que ainda hoje me não lembro sem inveja. Falava pouco. […] A sua vida anterior fora misteriosa e feroz. De uma vez com sacos de cal despejados no porão sufocara uma revolta de pretos, que ia buscar à costa de África para vender no Brasil. Outras coisas piores se diziam do capitão Celestino… Mas o que eu sei com exactidão a seu respeito é que para alporques de cravos não havia outro no mundo.”
Fonte: Relógio d’Água