Há neste livro duas personagens obsessivas e misteriosas: Anna W., uma mulher que gosta de ilhas pequenas e nos leva a Santa Helena, Malta e Diu; C. Brandon, um homem perdido em grandes espaços arquitectónicos e no amor não correspondido por Anna W., enquanto percorre Paris, várias cidades belgas, Munique, Milão, Bombaim e Bijapur. As suas motivações e os seus destinos jogam‑se entre a década de 1970 e os nossos dias, e vão‑se revelando nas deambulações pela história e geografia das ilhas, pelas audácias da arquitectura e, sempre subjacentes, pelas memórias do autor.
«As ilhas, sussurra para si mesma Anna W. com a alma cheia de culpa e de impotência, as ilhas são os lugares dos obsessivos e dos obstinados, sítios onde voltam a germinar manias mortas como líquenes em pátios onde não bate o sol. Nas ilhas há horizonte mas não há saída.»
A elegância de estilo, as extravagâncias narrativas e o cosmopolitismo invulgar das suas personagens colocam Paulo Varela Gomes num lugar único da literatura portuguesa contemporânea.
Fonte: Tinta-da-china