“Fique em casa”. Se precisar de sair de casa, “mantenha o distanciamento social”.

Os efeitos na nossa vida individual e em comunidade destes imperativos são brutais. Todo o nosso quotidiano muda. E muda, por isso, a nossa relação com as artes.

Não podemos ir ao cinema, ao teatro, ver aquela exposição que estava no nosso calendário como “a não perder” ou ir com os amigos ao tão esperado concerto e festival de música. O cinema, o teatro, a exposição de arte, a dança, a música, mudaram-se para nossa casa. E muitos de nós experienciamos, hoje, a magia das artes no sofá da nossa casa, sozinhos. Distantes uns dos outros. O que sentimos ao ver aquele filme, ao ouvir aquela música ou ao ler um livro só pode ser partilhado com quem gostamos à distância.

Precisamos de artes na nossa vida. Hoje sabemos, melhor que nunca, como seria insuportável a nossa vida sem música, dança, de teatro, cinema, de artes plásticas, literatura. As artes, a cultura são um bem essencial à vida, individual e em comunidade. Mas para continuarmos a ter arte na nossa vida precisamos, mais do que nunca, de apoiar os que fazem da arte a sua vida.

Em Portugal os artistas foram os primeiros a parar. À primeira recomendação da Direção Geral de Saúde para evitarmos estar juntos, toda (ou quase toda) a atividade artística e cultural foi cancelada. De um dia para o outro, artistas e técnicos foram forçados a parar todo o trabalho em curso e programado. Mas não cruzaram os braços, continuaram a criar para nós, o seu público. Entraram em nossa casa e ofereceram-nos a sua arte. E nós aplaudimos, mesmo não estando juntos. E nós agradecemos porque nos ajudaram a sentir menos sozinhos, menos perdidos, menos desligados da nossa história comum, da nossa cultura.

Agora chegou a nossa vez de lhes retribuir o que têm feito por nós. De reconhecer que a vida precisa de arte, mais do que nunca.

Assim nasce o projeto “Portugal Entra em Cena”. De um reconhecimento coletivo da importância das artes na nossa vida, de uma vontade partilhada por muitos de criar futuro para a cultura. Muitas empresas, privadas e públicas, fundações e outras instituições juntaram-se e disseram “presente”. Juntaram-se a artistas e entraram em cena num movimento transformativo que tem um único objetivo: garantir a identidade e sustentabilidade cultural do país – agora e sempre.

Nunca tantas empresas e fundações – públicas e privadas – se juntaram com artistas numa mesma plataforma, com tão elevado potencial transformador para as artes e para a cultura em Portugal. Por todos e com todos, o Governo disse presente e apoia institucionalmente o Movimento Portugal Entra em Cena. Aos que disseram presente, muito obrigada! Aos que ainda não disseram presente, juntem-se a nós e entrem em cena.

Graça Fonseca, Ministra da Cultura

Portugal Entra em Cena
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